Saiba como conservar suas revistas Tex

Saiba como conservar suas revistas Tex

Todo colecionador Bonelli que se preze tem um número considerável de revistas em sua casa e as guarda com carinho, mas é preciso ter cuidados especiais com as mesmas para que elas possam durar por um longo tempo e não se terminem em poucos anos.
É claro que o número de revistas que cada bonelliano possui varia, de acordo com as condições e posses de cada um, mas os cuidados no que diz respeito à conservação das revistas não podem ser esquecidos, mesmo que o número de exemplares seja diminuto. Ler as aventuras do seu personagem favorito é sempre um prazer, mas o prazer é ainda redobrado se for associado à nostalgia da releitura de aventuras antigas que nos trazem boas recordações.
Mas como garantir que daqui a muitos anos poderemos retomar com prazer as revistas que hoje estão novinhas em folha? Quem garante que estas revistas não estarão avariadas, deterioradas pela ação do tempo?
Os maiores inimigos de livros, gibis e revistas são a exposição direta ao sol, umidade e poeira. Sabendo livrar as revistas desses três males, elas durarão por muitos anos. Mas não existe fórmula mágica que faça as revistas durarem eternamente e os tópicos que serão citados abaixo não são os únicos existentes.  São pequenas e simples regras que não podem ser esquecidos por quem quer que seja que deseja manter suas revistas em quadrinhos em bom estado por muitos e muitos anos. 
Regra nº1 - Nunca deixe suas revistas Bonelli em qualquer lugar da casa, pois nem todo mundo tem o hábito de cuidar de revistas em quadrinhos. Você corre o risco de encontrar a revista rasgada, amassada, riscada, ou, o que é ainda pior, a revista pode ter sumido;
Regra nº2 - As revistas de seu personagem favorito merecem ficar em um ambiente limpo e arejado. Reserve um cantinho da casa e faça ali uma prateleira para guardar seus exemplares. Esta prateleira deve ficar, preferencialmente, no alto. Você não fica 24 horas em casa e crianças pequenas, mesmo que inocentemente, adoram "colorir e rabiscar" as revistas Bonelli em preto e branco. Com relação à estante ou prateleira, tenha especial atenção se elas forem de madeira, o indicado nestes casos é que você submeta a madeira a um tatamento anti-cupins, pois os mesmos aparecem quando menos se espera e além de atacar a madeira, poderiam sentir-se tentados a atacar suas revistas!
Regra nº3 - Evite que suas revistas fiquem expostas diretamente ao sol, pois com o tempo a ação do sol deixa manchas amareladas, quando não amarelam integralmente as revistas, retorcendo a capa e contracapa;
Regra nº4 - Acondicione suas revistas em saquinhos plásticos (desses que os supermercados embalam verduras e frios). Dependendo do nº de páginas das edições, em cada saco plástico acondicione de 5 a 10 exemplares. Importante: para facilitar o manuseio, não feche o saco com fita adesiva, apenas dobre o restante do plástico. Isso evita a ação das desagradáveis traças e as revistas conservam-se dentro do saco, não perdem a cor, não grudam no plástico... Mas não deixe de abrir os saquinhos de alguma freqüência para as revistas "tomarem ar", evitando assim a umidade natural. E não deixe de revisar periodicamente os plásticos para garantir que eles não estejam furados. Se tiver qualquer avaria, não hesite e troque imediatamente o saquinho plástico;
Regra nº5 - Ao remendar edições antigas que não estejam em bom estado de conservação, nunca aplique durex sobre parte alguma da revista nem utilize clipes para fixar páginas. Com o tempo, o durex perde a resina colante e escurece a parte colada e os clipes enferrujam, manchando as páginas. A melhor pedida ainda é a cola líquida e, na falta de uma melhor, utilize a boa e eficiente Tenaz ou Cascolar. Se a revista tiver grampos, ideal será remover os mesmos, porque com o tempo eles enferrujam e danificam a revista. 
O colecionador Ariel Cassins, de Curitiba, PR, Brasil, passa uma dica importante que ensina a remover as indesejáveis etiquetas de preço da capa das revistas compradas usadas, faça o seguinte: com uma esponja molhada levemente, molhe seu dedo e tire o excesso de água e esfregue o dedo molhado na etiqueta até a etiqueta esfarelar. O importante é esfregar levemente, pois assim não danifica a revista. Fica ainda a cola na capa, para tirar a mesma, repita o processo que fez para retirar a etiqueta, mas com o cuidado redobrado. No caso de etiquetas com durex, primeiro tire o durex com muita calma, molhando as bordas do durex com o dedo levemente molhado. Comece a tirar com o máximo de cuidado, depois só vai ficar a etiqueta, repita o processo anterior para tirar a cola. 
Regra nº6 - Alguns colecionadores não costumam emprestar seus exemplares, mas, ao contrário do que se pensa, essa é uma prática saudável, desde que você tome algumas precauções. Primeiramente você deve já conhecer há algum tempo a pessoa para quem vai emprestar, deve saber que ela cuida revistas e, sem constrangimento, deve marcar um prazo para devolução. Mas, o mais importante: você deve saber onde mora esta pessoa, pois, como as revistas Bonelli são revistas que geralmente todo mundo gosta, essa pessoa pode se fazer de sonsa e não querer devolver... Ideal mesmo é emprestar as revistas que você tem repetidas!!
Regra nº7 - O colecionador Luiz Antonio Setti de Almeida Filho, de Sorocaba, SP ,Brasil, acrescenta ainda um tratamento peculiar às revistas: antes de colocar os gibis na estante ela passa cera incolor (de assoalho) nas capas. Segundo ele, isso faz com que elas fiquem com uma película protetora, de tal forma que nem formiga chega perto. Para capas plastificadas ele passa cera de carro. Luis Antônio garante que os efeitos são os mesmos para ambas as ceras, com a diferença de que a cera de carro limpa o plástico das capas. Mas ele próprio faz uma advertência: a cera de carro só deve ser usada em capas plastificadas, pois se for usada em capas comuns, adeus desenhos! Apaga tudo!
Regra nº8 - O colecionador Paulo Sérgio Pruner, Litoral, SC, Brasil, recomenda aplicar, com um pincel simples, carbonato de cálcio nas páginas das revistas, para quem tem tempo suficiente, polvilhar levemente o carbonato entre as páginas. Esta medida garante que o papel não vai sofrer a ação dos fungos que causam o amarelamento das páginas, com conseqüentes manchas e odor característicos. Este procedimento, garante Paulo Sérgio, é utilizado pelo Sr. José Mindlim, o maior colecionador particular de livros raros do Brasil e esta informação foi passada ao Paulo pelo dono de uma livraria de livros e revistas raros da região de Santa Catarina. O carbonato de cálcio é facilmento encontrado em laboratórios farmacêuticos e de produtos químicos similares e é bem barato.
Regra nº9 - O colecionador Emanoel Antônio Viana da Silva, Salvador, BA, Brasil, recomenda o uso de filmes de PVC, destes encontradas em supermercado, vendidos para acondicionar alimentos. Segundo Emanoel, a bobina de filme PVC é transparente e tem 15m x 30cm. A aderência do filme garante perfeita vedação, ideal para proteger contra poeiras e traças e a transparência do filme facilita ainda a identificação das revistas sem precisar abrir o pacote.
Para compor esta matéria não poderíamos deixar de inserir ainda o método utilizado por Julio Schneider para guardar suas revistas Tex, afinal, ele coleciona Tex desde o primeiro número brasileiro, editado em 1971, sem ter perdido uma só edição que tenha saído no Brasil, de todos os tamanhos e formatos.
Além disso, ele tem em casa centenas de exemplares estrangeiros de Tex, uma fonte inesgotável que precisa estar sempre à mão, pois além de ser consultor oficial do Portal Tex, Júlio é ainda colaborador da Editora Mythos e também da uBC, a unnoficial Bonelli Comics, uma das principais portas de entrada de Tex na internet italiana.
O Julio Schneider mora em Curitiba e pode ser considerado atualmente como o colecionador número 1 de Tex no Brasil. Não queremos aqui ferir susceptibilidades, afinal, é possível que existam outros texianos que se considerem como nºs uns (eu próprio - risos!). Seu depoimento é realmente muito importante para enriquecer este texto, como você verá abaixo.
Júlio Schneider possui só de TEX (em ago/2001) mais de 1200 revistas, sendo que destes cerca de 600 são nacionais. Os outros 600 exemplares são raridades importadas da Itália (série original italiana, Almanacchi, Texoni, Maxi, Gigantes Coloridos, livros diversos e edições de outros países (França, Turquia, Iugoslávia...). Todas essas revistas Tex ficam juntas de um enorme volume de revistas de todas as partes do mundo, que tomam de assalto um cômodo inteirinho da casa, peça considerada por ele como "trincheira, estúdio e gibiteca".
Mas e como o Júlio conserva tudo isso? Ele revela que, no início, guardava os exemplares em sacos plásticos, fechados com grampo, mas que, anos depois, quando viu sua esposa guardando alimentos em sacos plásticos fechados com uma seladora, passou a utilizar o tal procedimento, lacrando cuidadosamente as edições. Com este processo, o Júlio garante que "edições com trinta anos de idade têm hoje a mesma aparência daquelas que estão fresquinhas na banca da esquina".
Mas ele enfatiza que nos dias de hoje, devido à necessidade de constantes consultas aos gibis e livros, acabou por tirar os mesmos dos plásticos, mas, para não dar sopa ao azar, ainda assim eles ficam em uma estante fechada, longe da luz e da umidade.

Aí estão os cuidados adotados por Julio Schneider, que dão mostras de que conservar as preciosas edições de Tex não é tão difícil assim. Mas, deixamos aqui um lembrete: se o seu método de conservação das revistas Tex é diferente dos descritos nesta matéria e apontam para a mesma eficiência, por favor, escreva agora para a gente para que possamos enriquecer ainda mais este texto. Nossa única intenção é oferecer alternativas seguras para que a comunidade texiana tenha seus Tex por muito mais tempo e, o que é melhor, em perfeito estado de conservação.

Texto extraído do site Texbr http://www.texbr.com/artigos/conservacao_b.htm